KINSKI

Kinski surge a partir do estudo do Manuscrito Choreographie o arte para saber danzar… (MS 1394) de Felix Kinski, de 1751 presente na Biblioteca Pública Municipal do Porto. Ainda se desconhecem as razões para a elaboração deste documento que consiste na compilação de várias danças de par originárias da corte francesa, sendo registos coreográficos e musicais de Kinski, possivelmente a partir da sua memória. Esta atualização operada por Kinski – de ascendência polaca que terá passado pela corte francesa, mas que é conhecido como mestre de dança, vindo de Espanha, e empresário artístico na cidade do Porto – convida-nos a refletir sobre a transformação de conteúdos artísticos, sobre a sua apropriação por geografias e agentes distintos, abordando a transgressão do modelo – seja por que causa for – como processo de nova elaboração, como processo criativo. É neste sentido que este Manuscrito setecentista é aqui por nós abordado: procurando a sua identidade atual, integrando sentidos contemporâneos. Para além disso, pretendemos refletir sobre a atualização que, já na época, este mestre faz do repertório francês ao registar as danças com algumas diferenças em relação às originais. Erro? Adaptação? Ornamentação? Transgressão? Inspirados por Kinski, questionamos a atualização de objetos artísticos de outrora, propondo esta criação contemporânea que, para além de concretizar um esforço de atualização performativa, tem-se revelado também uma interessante ferramenta metodológica.

Esta criação define-se como obra aberta pela sua estruturação formal flexível (constituída por cenas de combinação variável), pelo número e especificidade dos intérpretes integrantes e ainda pela potencialidade de já ter sido apresentado em contexto cénico tradicional ou em site specific. O projeto é acompanhado por uma sonoplastia criada com base nos sons do papel e do violino.

Em 2017, o projeto foi selecionado para La Pépinière de Chorégraphes da companhia Fêtes Galantes, direção de Béatrice Massin, que permitiu diversas residências coreográficas ao longo de 2017 e 2018, em Vila Nova de Gaia e Paris.

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Direção coreográfica
Catarina Costa e Silva

Criação musical
Daniela Leite Castro
Pedro M. Santos

Interpretação
Alexandra Campos
Catarina Costa e Silva
Daniela Leite Castro
Inês Negrão
Thiago Vaz

APRESENTAÇÃO

05/04/2018
Les Danses Abritées #2
Théâtre Paul Eluard, Bezons, França


28/10/2016
III Jornadas de Estudo sobre o convento dos Capuchos, Almada


16/07/2016
II Portingaloise – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas
Armazém 22, Vila Nova de Gaia


03/06/2016
Projeto dos alunos finalistas da Licenciatura em Luz e Som do Departamento de Teatro da ESMAE – P. PORTO
Teatro Helena Sá e Costa, Porto

Luz & Som:
Alexandre Candeias, Filipe Rebelo, João Pinto, Sérgio Vilela
Classe de Danças Antigas do Curso de Música Antiga da ESMAE:
Alexandra Campos (convidada), Catarina Costa e Silva, Daniela Castro, Esperanza Rama, Gonçalo Sério, Inês Negrão (convidada), Thiago Vaz e Tiago Sá (convidado).

TEASERS