X Festival
2024/2025

PORTINGALOISE – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas conjuga criação/performance, formação e investigação relacionadas com o património coreográfico europeu do século XV ao XIX. É promovido pela Portingaloise Associação Cultural e Artística em parceria com a Kale Cooperativa Cultural e o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra | Projeto Mundos e Fundos.

Desde a sua 1ª edição que tem como premissa o encontro de artistas, investigadores e entusiastas deste repertório, explorando conexões disciplinares e estéticas ao refletir sobre os conteúdos antigos no espaço e tempo presentes, pesquisando profundamente a reação do corpo contemporâneo às definições de movimento e gesto de outros contextos. Não se limitando a ser apenas um festival de dança ou música, promove a observação da relação entre essas duas áreas na época moderna, reivindicando uma contextualização auxiliada pela história social, económica, e das demais artes do espetáculo.

Na 10ª edição celebramos o feminino. O feminino nas suas diferentes dimensões e suas diferentes manifestações; procurando-o no tempo, no espaço, em nós. Desde a 1ª edição em 2015 que o festival, na verdade, se designa feminino: Portingaloise é o título do primeiro registo de dança escrito referente a Portugal, no livro de bassedanses de Marguerite d’Autriche datado do final do século XV. Aí, a bassedanse Portingaloise constitui, muito possivelmente, uma homenagem a nobres portuguesas como Isabel de Portugal (1397-1471) ou Beatriz de Coimbra (1435-1462), que casaram na corte de Borgonha. Ao longo destes últimos anos, a dança antiga foi impulso para encontros e partilhas sobre a história, a arte, a cultura, no espaço europeu e fora dele, através da criação de espetáculos, comunicações científicas e experiências formativas. Na atual 10ª edição retornamos ao feminino dedicando, desta feita, a criação, a investigação e formação ao que foi escrito, composto, coreografado, dançado, cantado, tocado, por e para mulheres… em nome feminino… procurando as especificidades neste que constitui um repertório quase sempre diminuto, excecional – por vezes, até considerado menor – porque extraordinário na prevalecente produção masculina na época moderna.

Nesta edição, tal como no século XV, prestamos homenagem: a escritoras, compositoras, instrumentistas, bailarinas,… não só da idade moderna, mas também a atuais, convidando artistas e investigadoras de hoje que, com o seu trabalho, exaltam esse espaço feminino que, tantas vezes, o tempo teima em ocultar.

A dimensão formativa contará com os professores convidados Cecília Grácio-Moura (bailarina e docente portuguesa, referência internacional na dança antiga) e Guillaume Jablonka (bailarino e coreógrafo, especialista em dança do século XVIII, que dedica o seu curso à Allemande); na dimensão científica, comunicações de 6 investigadoras lusófonas, todas conciliando reconhecida obra científica e artística, que nos revelarão os seus estudos sobre o melhor da criação e prática artística feminina, desde o século XVIII ao século XX, nomeadamente em Portugal; na dimensão criativa/performativa, La Portugaise é concerto temático em setembro pela incontornável cravista portuguesa, Ana Mafalda Castro; em março, o Ensemble Portingaloise estreia mais um espetáculo intitulado Millefleurs, que conta com a direção musical da cravista e a direção cénica do reputado encenador Pedro Ribeiro. Esta edição comemorativa contará ainda com o olhar sensível da jovem artista audiovisual Ana Vargas que, fazendo parte da equipa criativa de Millefleurs, criará obra plástica original, que ampliará pelo futuro este encontro no feminino.

CRIAÇÃO | PERFORMANCE | FORMAÇÃO | INVESTIGAÇÃO

CICLO DE PRIMAVERA
21 A 30 DE MARÇO 2025
VILA NOVA DE GAIA
COIMBRA


Encontro Académico
Presencial e on-line
21/MAR | 10H30-13H30 (GRATUITO)
Anfiteatro III – 4º piso | FLUC, Universidade de Coimbra

“Expressões da festividade na literatura monástica feminina em Portugal” | Isabel Morujão (Universidade do Porto/ CITCEM)

“D. Maria Bárbara, Minueto Teatral ou da Saudade? Música instrumental de Frei Francisco de S. Boaventura (1733?-1802?) para as pupilas e monjas de Santa Clara (Porto)”| Magna Ferreira (ESMAE | CITCEM-FLUP)

“Entre Dança e Canção: Um Olhar sobre as 5 Canções Dançadas da Condessa de Proença-a-Velha”| Ana Barros (INET-md/UA)

Com a chancela do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra | Projeto Mundos e Fundos


Espetáculo
MILLEFLEURS – O regresso à clausura dos outros
Ensemble Portingaloise & Udite Amanti
29/MAR, 19h00
ARMAZÉM22, V. N. de Gaia

As Cartas da Alcoforado, enclausurada num convento, são escritas como um bordado. Há ternura e dedicação na escolha de cada palavra, de cada ponto rematado. A partitura de dança é uma tapeçaria de movimento. Cada passo é um fio alinhavado com precisão, cada corte um gesto narrativo. A ópera é uma urdidura que reúne música e libreto por entre os quais passa a trama que sustenta a ação. As Novas Cartas Portuguesas foram fiadas por três rocas reclusas nas margens da sociedade de um Estado Velho em nó. Será a mulher-enfeite uma flor? Sensível, pura, delicada? Serão mil mulheres, millefleurs, uma tapeçaria antiga onde cada desenho carrega o seu peso na história? Por que razão, hoje, duas mulheres dançam bordados florais? O que nos leva a desfiar a sensibilidade feminina em jutas verticais e meadas presas? Chutamos as agulhas para longe? Será a sensibilidade, conhecimento ou apenas mais um fio que nos pedem para rematar?

Pedro Ribeiro (Dramaturgia e Encenação)


Curso de Dança Barroca por Cecília Grácio Moura
29 E 30 /MAR | 14H30-17H30
ARMAZÉM22, V. N. de Gaia

Neste curso pretende-se trabalhar a coreografia La Ribeyra, dança para um par composta pelo Maître À Danser M. Dezais, publicada em 1717 no XVème Recueil de danse e dedicada à Madame l’ Ambassadrice de Portugal.


MILLEFLEURS
Exposição por Ana Pinho Vargas
Inauguração 4/MAI | 17H00
6/MAI – 8/JUN | Terça a Domingo 9H00-12H00 / 14H00-17H30
Espaço Corpus Christi, V. N. de Gaia

“Millefleurs”, exposição da residência da artista Ana Pinho Vargas na qual a fotógrafa procura explorar a essência do feminino na sociedade moderna. Esta exposição foi sendo tecida em paralelo com o espetáculo “Millefleurs – O regresso à clausura dos outros”. Para o registo do seu olhar íntimo e cúmplice neste processo criativo, a artista combinou fotografia, desenho e pintura para criar uma tapeçaria rica, refletindo a jornada íntima das mulheres enquanto artistas e performers. Cada obra capta gestos coreográficos, detalhes delicados e movimento, convidando os espectadores a envolverem-se com as narrativas emocionais e físicas tecidas na sua arte. As criações da artista ilustram as complexidades subtis da essência feminina, unindo diversas formas de arte numa sinfonia de narrativas visuais. Através de “Millefleurs”, Ana Pinho Vargas convida a um diálogo sobre o papel das mulheres na cultura contemporânea e nas artes. Nesta exposição, a artista expõe 52 obras inéditas fruto da obra original produzida para esta residência artística, entre as quais, fotografias digitais, fotografias analógicas, pinturas, desenhos, colagens e esboços.

CICLO DE VERÃO
17 A 22 DE SETEMBRO 2024

VILA NOVA DE GAIA
COIMBRA


Residência Artística
Ensemble Portingaloise & Udite Amanti
SET E NOV’24 | MAR’25
ARMAZÉM22, V. N. de Gaia


Encontro Académico
Presencial e on-line
20/SET | 10H30-13H30 (GRATUITO)
Anfiteatro III – 4º piso | FLUC, Universidade de Coimbra

“As mulheres musicistas no final do antigo regime: as monjas do Mosteiro de São Bento da Avé-Maria do Porto” | Rosana Marreco Brescia (CESEM – NOVA_FCSH)

“Sílfides e umbigadas: espaços e práticas da dança no feminino em testemunhos de viajantes estrangeiros no Portugal setecentista” | Inês Thomas Almeida (IELT – NOVA_FCSH)

“O baile de máscaras de Clara e Robert Schumann: exposição do processo criativo partilhado na década de 1830” | Ana Nistal Freijo (CECH – FLUC)

Com a chancela do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra | Projeto Mundos e Fundos


La Portugaise
Concerto de Cravo por Ana Mafalda Castro
20/SET | 21H00 (GRATUITO)
Espaço Corpus Christi, V. N. de Gaia

Desde o glosar do sensível tema de Susanne un jour até à música galante de Anna Bon di Venezia, passando pela sofisticação da obra de Elizabeth Jacquet de la Guerre, a cravista Ana Mafalda Castro propõe-nos um encontro com o conteúdo artístico de inspiração feminina ou composto por mulheres.


Curso de Dança Barroca por Guillaume Jablonka

Este curso terá como temática a Allemande em torno de 1770 em França, explorando as suas particularidades como sejam as posições de braços e seus entrelaçamentos muito específicos. Um único passo é repetido ao longo da dança ao som de uma música em compasso binário. Serão abordadas quatro fontes diferentes que, complementando-se, nos ajudam a reviver esta dança então na moda.

Masterclass de Cravo por Ana Mafalda Castro

21 E 22/SET | 14H30-17H30
ARMAZÉM22, V. N. de Gaia

FICHA TÉCNICA

O X PORTINGALOISE – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas conta com o apoio do Programa de Apoio a Projetos – Programação, da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes.

Promotor:
Portingaloise Associação Cultural e Artística
Direção Artística:
Catarina Costa e Silva
Direção Executiva:
Thiago Vaz
Comunicação e Redes Sociais:
Mayra Paolinelli
Design Gráfico:
Z
Vídeo e Fotografia:
Adriana Romero/Joana Jorge/Leonardo Patrício
Ana Pinho Vargas
Susana Neves
Parceria:
Kale Cooperativa Cultural,
Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra | Projeto Mundos e Fundos
Apoio:
República Portuguesa – Cultura /
Direção-Geral das Artes
Armazém22

Ginasiano Escola de Dança
FCT — Fundação para a Ciência e Tecnologia
Câmara Municipal de Gaia | Espaço Corpus Christi
ESMAE – P.PORTO
Antena 2

TEASER